Perguntas Frequentes
ModuLife ® é uma solução inovadora de gerenciamento de dieta para auxiliar profissionais de saúde no manejo da Doença de Crohn. É baseado na Dieta de Exclusão da doença de Crohn associada a nutrição enteral/oral Modulen ® e fornece soluções para pacientes e profissionais de saúde.
ModuLife ® oferece um programa completo com acesso a um site exclusivo, um aplicativo móvel para pacientes e uma certificação de aprendizagem para profissionais de saúde.
Com o ModuLife ®, os pacientes podem acessar uma plataforma que inclui:
a) Um site e um aplicativo móvel para auxiliar no gerenciamento diário da dieta durante toda a jornada de tratamento. Os pacientes podem monitorizar sua ingestão de alimentos, cumprimento de metas diárias e bem-estar, permitindo que os profissionais de saúde acompanhem do progresso do paciente.
b) Seleção de receitas e planos alimentares de refeição compatíveis com o DEDC.
Claro, antes de ter acesso as funcionalidades da ferramenta você precisará concluir o treinamento, acesse aqui e faça seu cadastro.
A conclusão bem-sucedida dos módulos de e-learning em www.modulifexpert.com fornece as informações necessárias para certificação no programa de ModuLife ®. São 4 módulos obrigatórios e com conteúdos adicionais para atualização cientifica disponíveis na mesma plataforma.
Claro, mas para isso você precisará receber um convite de um profissional de saúde especialista em ModuLife ®. Converse com seu médico ou nutricionista à respeito.
Caso não conheça nenhum profissional de saúde especialista e doenças inflamatórias intestinais clique aqui e procure um em sua região e pergunte-o sobre o programa ModuLife ®.
Não, a plataforma é um serviço gratuito. A única condição para acesso do profissional de saúde é o treinamento e para o paciente é receber o convite de seu profissional de saúde especialista na plataforma ModuLife ®, ele convidará o paciente a ter acesso ao aplicativo com uma senha.
Perguntas sobre a dieta de exclusão da Doença de Crohn (DEDC) & ModuLife ®
O ModuLife ® é um protocolo baseado na dieta de exclusão de Doenças de Crohn (DEDC), a dieta mais clinicamente comprovada para o tratamento da doença de Crohn.1
A DEDC é uma intervenção dietética adequada para terapia nutricional em doença de Crohn leve a moderada, e consiste em uma Nutrição Enteral Parcial (NEP) por meio de Modulen ®, associada a uma dieta estruturada que exclui determinados alimentos e componentes da alimentação convencional.
O objetivo da DEDC e do protocolo ModuLife ® é induzir remissão clínica e reduzir marcadores inflamatórios.1_3
Na DEDC, seguindo os princípios de exclusão e inclusão, a alimentação é dividida em três categorias: alimentos obrigatórios, permitidos e não permitidos.
Para garantir o crescimento e a restauração da massa magra, a dieta inclui grande quantidade de proteínas de alta qualidade, alimentos ricos em carboidratos complexos e baixo teor de gorduras.
Está incluída também uma quantidade obrigatória de fibras benéficas, além de alimentos naturais prontamente disponíveis, como frango, ovos, batata, arroz, frutas e vegetais.1
A DEDC é baseada em 3 fases que tornam-se progressivamente mais fáceis para o paciente e contribuem para a manutenção da fase de recidiva1_3:
- 1ª fase (duração de 6 semanas): 50% dieta estruturada + 50% NEP Modulen ®;
- 2ª fase (duração de 6 semanas): 75% dieta estruturada + 25% NEP Modulen ®;
- 3ª fase - Fase de manutenção (manter enquanto possível): 75% dieta estruturada + 25% NEP Modulen ®. Esta fase permite a exposição controlada a alimentos não permitidos, com introdução de refeições livres. Não tem duração específica e deve se transformar em um estilo de vida saudável e sustentável a longo prazo.
VEGETAIS
Sim, as batatas podem ser reaquecidas para consumo depois de cozidas e completamente resfriadas.
O objetivo das fases 1 e 2 da dieta é limitar o alto nível de ingestão de fibra, portanto, couve, alho-poró, aspargos, aipo e alcachofra não são permitidos nas fases 1 e 2. Esses vegetais podem ser reintroduzidos na fase 3 (manutenção), exceto para grandes quantidades de couve, alho-poró e aipo cru.
A recomendação para os vegetais permitidos foi projetada para um nível moderado de ingestão de fibras. As cenouras são permitidas na fase 1, as abobrinhas são permitidas na fase 2 e as abóboras são introduzidas apenas na fase de manutenção.
Frutas e vegetais congelados comprados em lojas não são permitidos, pois podem conter conservantes e outros aditivos alimentares. Por conveniência, é permitido congelar frutas e vegetais frescos em casa.
FRUTAS
Na fase 1
Além dos alimentos obrigatórios (maçãs e bananas), você pode comer 5 morangos, 1 fatia de melão e 1 abacate por dia.
Na fase 2
Além dos alimentos obrigatórios (maçãs e bananas), você pode comer 5 morangos ou 10 mirtilos, 1 fatia de melão, 1 abacate e 1 pêssego ou pera ou kiwi por dia. A partir da semana 10, frutas que contenham mais fibras podem ser consumidas em pequenas quantidades, como 1/2 xícara de manga, cubos de abacaxi ou rodelas de laranja.
Na fase 3
Você pode gradualmente voltar a comer todas as frutas, exceto caqui, romã e maracujá.
Esses frutos são caracterizados por uma grande quantidade de sementes grandes. Recomenda- se excluí-las para evitar possíveis problemas ao paciente, como obstrução e dor abdominal, ou se houver inflamação ou estenoses, pois elas podem agravar o quadro.
5 morangos por dia são permitidos nas fases 1 e 2, mas esse não é um alimento obrigatório. Se um nutricionista ou paciente preferir excluí-los da dieta, é possível.
O consumo de frutas e vegetais é incentivado para garantir a ingestão adequada de fibras, amido resistente e, no caso da maçã, de pectina. Maçã e banana foram selecionadas porque são frutas amplamente disponíveis em várias estações. Pacientes que não gostam de maçã e banana podem tentar misturá-las em smoothies com outras frutas e vegetais permitidos, além de preparações exclusivas, como muffins de banana e chips de maçã, para melhorar a palatabilidade. Se não for possível, deve-se comer mais batatas e outras frutas permitidas, como melão e morango. Entretanto, essa adaptação moderada das fases deve ser orientada por um nutricionista especialista, pois nós devemos ser cuidadosos e ajustar a quantidade para cada paciente com base em sua condição.
Não há substituições para as frutas permitidas nas fases 1 e 2 da dieta. Morangos, melões e abacate não são obrigatórios e, portanto, podem ser removidos da dieta se forem muito difíceis de adquirir.
Na fase 2, a dieta é projetada para limitar o alto nível de ingestão de fibras e açúcar. Além dos alimentos obrigatórios (maçãs e bananas), você pode comer 5 morangos ou 10 mirtilos, 1 fatia de melão, 1 abacate por dia e 1 pêssego ou pera ou kiwi por dia.
A partir da semana 10 (fase 3) todas as frutas podem ser consumidas em quantidades pequenas, como 1/2 xícara de manga, cubos de abacaxi, damasco ou fatias de laranja, exceto: caqui, romã e maracujá.
CARNE & PEIXE
Sim, você pode congelar o frango que comprou fresco.
Não, você não pode usar outras partes do frango, apenas o peito, portanto, caldo de galinha tradicional não é permitido.
Não, o peito de peru é mais rico em taurina, que é um dos componentes que nós tentamos reduzir nas fases 1 e 2. Por esse motivo, o peito de frango é recomendado.
A maioria dos peixes frescos, se não todos, podem ser tratados com algum tipo de conservante antes de serem congelados, e é muito difícil para o paciente identificá-los na embalagem. No entanto, os pacientes podem congelar peixe fresco em casa para uso posterior.
Apenas peixe branco magro fresco é permitido nas fases 1 e 2. Outros tipos de peixes seriam permitidos durante os dias livres da fase 3.
MILHOS, FEIJÕES & SEMENTES
A partir da fase 2, você pode comer ½ xícara de feijão seco por dia. Feijões não podem ser enlatados ou congelados.
Frutos secos podem ser reintroduzidos a partir da fase 2. Você pode comer 8 amêndoas ou nozes por dia durante as fases 2 e 3. Você pode preparar manteigas vegetais caseiras com esses frutos secos permitidos, mas fique atento(a) ao tamanho das porções, já que é apenas de 8 frutos secos.
A fase 1 é sem glúten. Você pode usar farinha de arroz para preparações caseiras de panificação, como panquecas ou wrap de pão sírio/árabe.
Pão, fermento de padeiro e produtos à base de trigo não são permitidos. Pão integral é permitido na fase 2. O pão deve ser feito em casa ou comprado em padaria (evite produtos comerciais pré-embalados, que podem conter conservantes). Na fase 3, assim como na fase 2, o pão integral é permitido. Além disso, o pão normal pode ser consumido durante as refeições livres.
Você pode comer arroz branco, farinha de arroz simples e macarrão de arroz sem conservantes. Outros produtos de arroz não são permitidos. Você pode usar farinha de arroz e outros ingredientes permitidos para fazer produtos assados frescos em casa.
Além de não ter glúten, o arroz foi selecionado para a dieta por ser um alimento amplamente disponível. A ciência em torno da dieta, incluindo a comprovação clínica, foi desenvolvida com arroz.
Outros grãos, como trigo sarraceno e painço, não foram testados cientificamente. Não são alimentos básicos em todo o mundo e a dieta foi projetada para ser universal.
Milho, grãos contendo glúten e outros alimentos são reintroduzidos lentamente ao longo das fases, conforme a melhora da inflamação intestinal.
Centeio e cevada devem ser evitados na fase 1 e limitados na fase 2. Uma fatia de pão por dia é permitida na fase 2 e pode ser baseada em centeio ou cevada.
Não na fase 1. Esses alimentos podem ser reintroduzidos lentamente e em quantidades moderadas ao longo das fases 2 e 3.
LATICÍNIOS
A principal abordagem dietética com DEDC é a exclusão de alimentos, ingredientes e componentes que desencadeiam a inflamação. A restrição de laticínios não está ligada ao teor de lactose ou gordura, e esses produtos alternativos geralmente têm mais aditivos e emulsificantes, portanto, não podem ser usados durante a fase crítica de indução.
CONDIMENTOS, TEMPEROS & ÓLEO
As cebolas são limitadas e devem ser usadas apenas como tempero. Elas podem ser usadas em pequenas quantidades para adicionar sabor aos alimentos (por exemplo, para cozinhar ou na salada).
O azeite de oliva e o óleo de canola, prensados a frio, são recomendados para todas as fases.
Dois óleos são recomendados, o azeite e o óleo de canola prensados a frio. A composição de ácidos graxos desses óleos é adequada, com uma baixa quantidade de ácidos graxos saturados. Esses óleos também estão disponíveis em todos os lugares e podem ser utilizados em preparações frias, assim como para cozinhar e assar. Do ponto de vista do paciente, é melhor manter esses dois óleos de boa qualidade.
A respeito do óleo de girassol:
- Rico em ácidos graxos ômega-6 e baixo em ômega-3, levando a uma proporção alta de ômega-6/ômega-3, não recomendada para a saúde.
- Apresenta teor moderado de ácido oleico (ômega-9). Existe um óleo de girassol refinado enriquecido em ácido oleico com um alto teor, o que o torna muito próximo do azeite. No entanto, ele não está facilmente disponível no mercado ou acessível aos pacientes e, portanto, não é recomendado.
São permitidos grãos inteiros de baunilha para temperar. Extrato de baunilha não é permitido.
DIETA NA PRÁTICA & NEP
Nós recomendamos usar as quantidades indicadas de maçãs, bananas e batatas. Frango e ovos extras podem ser consumidos, se necessário, para atender às necessidades de proteína.
Nós recomendamos consumir a quantidade de maçãs, bananas e batatas fornecidas. A quantidade de frango e ovos pode ser reduzida para crianças menores, que têm necessidades menores de proteína.
VCom pacientes vegetarianos, é importante garantir que estejam consumindo proteína suficiente. Essas adaptações da dieta devem ser orientadas por um nutricionista especialista, que irá ajustar cuidadosamente a quantidade para cada paciente com base em sua condição. As opções incluem aumentar o volume de Modulen ® e adicionar claras de ovos à dieta na primeira fase; na segunda fase, pode-se incluir quinoa e legumes como fontes adicionais de proteína; na fase 3, o iogurte também pode ser adicionado à dieta.
Essa fase foi pensada como uma sequência das fases 1 e 2. Ela é baseada na prática e experiência que permitirá seguir os princípios da DEDC com mais liberdade para introduzir alimentos que permita seguir a dieta. O programa sugerido para a fase 3 ainda não foi comprovado em estudos publicados. No entanto, existem indicadores promissores em estudos atuais (Levine, 2019) de remissão profunda, sugerindo um suporte para a remissão (redução da inflamação, recuperação melhorada e microbiota reequilibrada), bem como alguns relatos de casos clínicos de pacientes em remissão por vários meses. O efeito da DEDC + NEP na manutenção da remissão está sendo investigado em vários estudos clínicos.
Como princípio geral, se um alimento ou ingrediente tem potencial para ser “prejudicial”, ele foi excluído e, portanto, emulsificantes não são permitidos na DEDC. Dito isso, nem todos os emulsificantes são iguais, como soja ou lecitina de ovo. Esses podem ser vistos como “emulsificantes naturais” e, assim, em quantidades muito pequenas, podem não afetar o resultado para a saúde da dieta. No entanto, os emulsificantes de polissorbato 80, carboximetilcelulose e monolaurato de glicerol devem ser definitivamente evitados.
Sim, use Modulen ® em preparações e receitas da lista de alimentos obrigatórios e permitidos. Você pode misturar Modulen ® em smoothies com frutas e vegetais obrigatórios e permitidos. Você também pode adicionar Modulen ® em cereais frios ou quentes permitidos e/ou usá-lo para preparar biscoitos ou panquecas. Para mais sugestões de receitas, veja no app ModuLife ®.
Modulen ® tem amplas evidências clínicas sobre o alívio dos sintomas e a melhora dos parâmetros clínicos na Doença de Crohn.
É eficaz na indução da remissão como nutrição enteral exclusiva e/ou parcial, assim como oral, fórmula modificada, livre de sabores, corantes e adoçantes artificiais. A presença de gordura animal (12,7% no produto), xarope de glicose e 1% de lecitina de soja (um emulsificante natural) não afeta o sucesso da intervenção dietética DEDC + NEP. Pelo contrário, existem mais de 30 estudos que demonstram a segurança e a eficácia de uso de Modulen ®.
A dieta é projetada para garantir que os pacientes atendam às suas necessidades nutricionais. Modulen ® é formulado a 1 kcal/ml e fornece 91 mg Ca/100ml. Modulen ® será usado a 50% da necessidade de energia diária (NED) na fase 1 e, portanto, o paciente receberá uma quantidade bastante significativa de Ca. Na fase 2, uma quantidade ainda significativa de Ca será fornecida por Modulen ® > a 25% de NED e o paciente poderá consumir espinafre, abobrinha, brócolis, alface e couve-flor (todos permitidos na fase 2), que são fontes de Ca (99 mg, 16 mg, 47 mg, 35 mg e 22 mg por 100 g, respectivamente). Durante a fase de Manutenção, além de Modulen ® 25% e os vegetais mencionados, leite e queijo são permitidos.
Ca = cálcio
A dieta pode ser usada em pacientes com estenose; na verdade, a dieta do primeiro estágio foi projetada com isso em mente, com quantidade baixa a moderada de fibras e seleção específica de frutas e vegetais. No entanto, a dieta não deve ser iniciada sem a supervisão de um profissional de saúde.
REFERÊNCIAS
- 1. Herrador-López M et al. EEN Yesterday and Today… CDED Today and Tomorrow. Nutrients, 2020;12:3793.
- 2. Sigall-Boneh R et al. Inflamm Bowel Dis. 2014 Aug;20(8):1353-60.
- 3. Levine A et al. Crohn’s Disease Exclusion Diet Plus Partial Enteral Nutrition Induces Sustained Remission in a Randomized Controlled Trial. Gastroenterology. 2019;157(2):440–450.